Casa Região MP denuncia PMs por morte de Herus; vídeos mostram a ação no RJ | CNN Brasil

MP denuncia PMs por morte de Herus; vídeos mostram a ação no RJ | CNN Brasil

por thomaz.sousa
0 comentários
mp-denuncia-pms-por-morte-de-herus;-videos-mostram-a-acao-no-rj-|-cnn-brasil

O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público do Rio de Janeiro (GAESP/MPRJ) denunciou o 1º sargento PM Daniel Sousa da Silva e o 1º tenente PM Felippe Carlos de Souza Martins pela morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 23 anos.

O crime ocorreu durante uma operação do BOPE em 7 de junho de 2025, no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, em meio a uma festa junina.

Segundo a denúncia, o sargento Daniel foi o autor dos disparos que atingiram a vítima, enquanto o tenente Felippe foi denunciado por omissão, por manter a incursão mesmo após saber que uma festa junina ocorria no local, com grande circulação de moradores e crianças.

O Ministério Público afirma que Herus estava desarmado, não apresentou reação e foi baleado pelas costas enquanto tentava se afastar. As imagens das câmeras operacionais portáteis (COPs) registraram toda a movimentação da equipe. Veja no final da reportagem.

Relembre: Oruam e moradores protestam após morte de jovem baleado em festa junina

O que diz a denúncia

A denúncia aponta que o sargento Daniel atirou de forma injustificada. Segundo o MPRJ, Herus “não esboçou qualquer atitude agressiva” e aparece tentando se afastar para se proteger quando é atingido.

Já o tenente Felippe, comandante da equipe ALFA do BOPE, foi denunciado por omissão penalmente relevante, por descumprir o dever de cuidado e seguir com a operação mesmo após ser informado da festa e da presença de crianças no local.

Relembre: Policial é preso após atirar pra cima em protesto por morte de jovem no Rio

Os dois responderão por homicídio qualificado por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

O GAESP/MPRJ também destacou que o Inquérito Policial concluiu por legítima defesa putativa do sargento Daniel, interpretação que, segundo o órgão, não se sustenta diante das provas técnicas. Para o MP, laudos, imagens e depoimentos desmontam a tese de que Herus teria representado ameaça.

Vídeo da ação

As imagens das câmeras usadas pelos policiais mostram que, antes da incursão, parte da equipe conversava no quartel sobre o risco da operação por causa de uma festa junina que acontecia na comunidade.

Um dos policiais alerta que havia muitas crianças no local e que qualquer confronto poderia atingir moradores. Outro afirma que não pretendia disparar sua arma e comenta que evitaria subir o morro justamente pelo risco elevado.

Por volta das 3h25, o grupo chega a um dos acessos da comunidade Santo Amaro. Logo ao entrar, é possível ouvir sons de festa e ver grande circulação de pessoas por causa da comemoração junina. Para evitar a via principal, os agentes mudam o trajeto, entram em ruas laterais e passam a correr por vielas mais estreitas até acessar um beco escuro.

Nesse ponto, um dos policiais que estava na frente interrompe a marcha e efetua disparos, embora o vídeo não permita visualizar claramente qualquer ameaça na direção dos tiros. Em seguida, ele entra em outro beco, onde aparece a silhueta de Herus. O policial grita “deita, deita”, e, em poucos segundos, realiza os disparos que atingem o jovem pelas costas enquanto ele tentava se afastar.

Logo depois, as imagens mostram Herus caído, ainda com sinais de vida. Um dos policiais tenta acalmá-lo e diz “calma, calma”, mas o jovem perde a força nas mãos e fica imóvel. A água de uma caixa d’água perfurada pelos tiros desce pelas escadas misturada ao sangue da vítima.

O que diz a defesa

A defesa dos policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) afirma que todas as circunstâncias que envolvem a morte de Herus Guimarães Mendes, no Santo Amaro, estão documentadas em vídeo, laudos e no relatório final da Delegacia de Homicídios (DH), que sugeriu o arquivamento do caso. “A investigação concluiu que não houve excesso ou ilegalidade na conduta dos agentes”, diz a nota.

“Os policiais já tinham informações de que traficantes estavam naquele local. Ao chegar à comunidade, foram fortemente atacados pelos criminosos. Não restou ao policial alternativa senão se defender e proteger sua patrulha. O Ponta 1 jamais teve a intenção de matar; ele apenas reagiu para defender a própria vida e a de sua patrulha”, explicou o advogado de defesa, Patrick Berriel.

“O tenente Felipe tinha uma determinação legal a cumprir e agiu dentro da absoluta legalidade. O tenente adotou todas as cautelas necessárias, inclusive entrando pela lateral do local, que se chama ‘escadaria’. O tenente possuía uma missão claramente definida e a conduziu observando todos os protocolos de segurança”, afirma o advogado de defesa, Patrick Berriel.

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

categorias noticias

noticias recentes

as mais lidas

O Amarelinho © Todos direitos reservados