Uma maioria da Suprema Corte dos EUA indicou nesta terça-feira (7) que deverá decidir contra a proibição do Colorado sobre as chamadas “terapias de conversão” aplicadas a menores, com vários dos juízes concordando com uma conselheira do estado que afirma que a lei viola seus direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição americana.
Em um dos casos mais significativos que a mais alta corte do país analisará este ano, os juízes foram questionados sobre se os estados podem proibir essa prática desacreditada, que tenta “converter” pessoas homossexuais em heterossexuais ou pessoas transgênero em cisgênero.
Aproximadamente metade dos estados dos EUA já proibiu a terapia para menores, segundo informaram autoridades do Colorado à Suprema Corte.
Durante uma sessão relativamente tranquila e curta, de 90 minutos, vários juízes pareceram rejeitar a ideia de que um estado possa regular a “terapia de conversão” da mesma forma que regula a prática médica.
O presidente da Corte, John Roberts, citou decisões anteriores da Suprema Corte nas quais o tribunal se recusou a adotar uma abordagem diferente da Primeira Emenda em relação ao discurso profissional.
“O fato de estarem engajados em uma conduta não significa que suas palavras não estejam protegidas”, disse Roberts.
Kaley Chiles, uma conselheira licenciada no Colorado, contestou a lei com base nesses argumentos. Sua “conselharia orientada pela fé” seria, segundo ela, “apenas discurso” e, por isso, seus clientes procurariam seus serviços de forma voluntária. Ela rejeita o termo “terapia de conversão” e, em vez disso, descreve o trabalho que espera realizar como uma forma de ajudar clientes que “têm o objetivo de se sentirem confortáveis e em paz” com seu corpo.