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Trump avalia atacar rotas de tráfico de cocaína na Venezuela, dizem fontes | CNN Brasil

por Leo Lopes
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando planos para atacar instalações de cocaína e rotas de tráfico de drogas dentro da Venezuela, embora ainda não tenha tomado uma decisão final, disseram três autoridades americanas à CNN.

Trump também não descartou adotar uma abordagem diplomática com a Venezuela para conter o fluxo de drogas para os EUA, disseram duas autoridades, mesmo após o governo ter interrompido as negociações ativas com Nicolás Maduro nas últimas semanas.

A Venezuela não é conhecida por ser uma grande fonte de cocaína, mas o governo Trump tem tentado agressivamente vincular Maduro ao tráfico de drogas.

E indícios nesta sexta-feira (24) apontam para uma potencial escalada militar, após o secretário de Defesa, Pete Hegseth, ordenar que o grupo de ataque de porta-aviões mais avançado da Marinha, atualmente estacionado na Europa, desloque para a região do Caribe, em meio a um enorme aumento de forças americanas na região. Trump também autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela.

“Há planos na mesa que o presidente está considerando” em relação a possíveis operações em solo venezuelano, disse um funcionário do governo à CNN, acrescentando que “ele não descartou a diplomacia”.

Uma segunda autoridade, que esteve diretamente envolvida em algumas das discussões, argumentou que muitas propostas foram sugeridas ao presidente. Uma terceira autoridade disse que o planejamento está sendo feito em todo o governo, mas o foco no alto escalão está atualmente voltado para a captura de drogas dentro da Venezuela.

Trump intensificou sua retórica sobre potenciais ataques terrestres dentro da Venezuela nos últimos dias, enquanto militares dos EUA realizam ataques constantes contra supostos barcos de tráfico de drogas em águas internacionais.

O mais recente foi um ataque noturno contra um barco que supostamente traficava drogas no Caribe, matando seis pessoas e elevando o número total conhecido de barcos alvos para 10 e o número de pessoas mortas para 43 desde que os EUA iniciaram sua campanha no mês passado, segundo Hegseth.

A CNN noticiou anteriormente que Trump também vem considerando ataques dentro da própria Venezuela como parte de uma estratégia mais ampla para enfraquecer Maduro, e o próprio Trump já comentou publicamente sobre operações em terra. O presidente, no entanto, ainda não deixou claro o que isso implicaria, e o secretário de Estado Marco Rubio sugeriu que “rotas” de drogas poderiam ser alvos.

Alguns funcionários do governo estão pressionando por uma mudança de regime e dizem que a campanha antidrogas pode levar à deposição de Maduro.

Isso poderia acontecer pressionando pessoas próximas ao líder venezuelano que se beneficiaram das fontes ilícitas de renda dos cartéis, potencialmente pressionando-as a ponto de considerarem maneiras de depor o líder venezuelano, disseram fontes à CNN. Um vídeo recém-divulgado mostra Maduro, em inglês, implorando pela paz.

De acordo com o UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), a Venezuela não é um país produtor de cocaína.

Quase todas as plantações de coca – o principal ingrediente da cocaína – concentram-se na Colômbia, Peru e Bolívia. Um relatório anual da DEA (Agência Antidrogas dos EUA), publicado em março, não mencionou a Venezuela nas quatro páginas dedicadas ao tráfico de cocaína, citando Equador, América Central e México.

Mas autoridades do governo americano ainda dizem que parte do tráfico de drogas passa pela Venezuela e ressaltam que Maduro foi indiciado em 2020 por acusações federais de narcoterrorismo e conspiração para importar cocaína.

“Nicolás Maduro é um traficante de drogas indiciado nos Estados Unidos e um fugitivo da Justiça”, disse Rubio em uma viagem ao Equador em setembro.

Autoridades do governo Trump alertaram que o presidente “não tem pressa” — como disse um funcionário — para tomar uma decisão, dado que seu foco atual está em sua viagem à Ásia e nas negociações com a Rússia e a Ucrânia para encerrar a guerra.

Embora autoridades tenham dito que Trump estava aberto a encontrar uma solução diplomática, ele também cancelou esforços no início deste mês para se envolver em negociações com Maduro e altos funcionários venezuelanos, que haviam sido lideradas por Richard Grenell, um enviado presidencial especial.

Maduro e Grenell se reúnem em Caracas • 31/01/2025 Palácio de Miraflores/Divulgação via REUTERS

Autoridades dos EUA também reconheceram que uma operação agressiva contra um alvo dentro da Venezuela provavelmente exigiria aprovação do Congresso, ou pelo menos instruções do Congresso, antes que o governo pudesse prosseguir.

Na quinta-feira (23), Trump disse à CNN que poderia continuar a lançar ataques contra supostos traficantes de drogas no exterior sem que o Congresso aprovasse uma declaração oficial de guerra. E, embora tenha dito que notificaria o Congresso sobre quaisquer operações em terra, afirmou que não enfrentaria nenhuma resistência.

“Não vou necessariamente pedir uma declaração de guerra”, disse ele. “Acho que vamos simplesmente matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país. Certo? Vamos matá-las, sabe, elas vão ficar, tipo, mortas.”

O aumento da mobilização de forças americanas também levantou questões sobre as intenções do governo Trump na região. O secretário de imprensa do Pentágono, Sean Parnell, afirmou em um comunicado publicado no X que a mobilização ação do grupo de ataque de porta-aviões Gerald R. Ford visava “desmantelar organizações criminosas transnacionais e combater o narcoterrorismo”.

O grupo atracou perto do porto de Split, na Croácia, em 21 de outubro. Isso deixaria o porta-aviões e seus navios a mais de 8 mil quilômetros do Caribe, o que significa que levaria dias para que o grupo estivesse em posição de lançar qualquer ataque.

Mesmo antes da chegada do Ford, uma porcentagem significativa de todos os ativos navais dos EUA implantados globalmente havia sido realocada para o Comando Sul dos EUA, o comando militar dos EUA responsável pelas operações na região, de acordo com um rastreador de frota publicado pelo portal de notícias do Instituto Naval dos Estados Unidos.

Isso inclui o Grupo Anfíbio de Prontidão de Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, totalizando mais de 4.500 fuzileiros navais e marinheiros, três contratorpedeiros de mísseis guiados, um submarino de ataque, um navio de operações especiais, um cruzador de mísseis guiados e uma aeronave de reconhecimento P-8 Poseidon.

Ao mesmo tempo, os EUA enviaram 10 caças F-35 para Porto Rico, que se tornou um centro para as Forças Armadas americanas como parte do foco crescente no Caribe. Os EUA também enviaram pelo menos três drones MQ-9 para a ilha, de acordo com imagens capturadas pela Reuters em Aguadilla, Porto Rico.

A Estação Naval Roosevelt Roads em Porto Rico, uma instalação militar dos EUA que estava fechada desde 2004, também está funcionando novamente, de acordo com imagens de satélite e fotos tiradas na base.

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