A Venezuela acusou os EUA de “assassinato” após reconhecer publicamente, pela primeira vez, que alguns de seus cidadãos estavam entre os mortos em ataques dos EUA contra supostos barcos de narcotráfico no Caribe.
“Não há guerra declarada [entre os EUA e a Venezuela], portanto, isso não pode ser classificado como nada além de assassinato”, disse o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, em uma coletiva de imprensa neste domingo (30).
“Todo ser humano tem direito ao devido processo legal; nenhum ser humano pode ser morto de forma brutal”, afirmou.
A CNN entrou em contato com o Departamento de Estado americano para comentar.
As declarações de Rodríguez representam a primeira vez que Caracas afirma abertamente que alguns de seus cidadãos foram mortos nos ataques dos EUA, que ocorrem desde setembro e já deixaram mais de 80 mortos.
Os EUA afirmam que os ataques visam interromper o fluxo ilegal de drogas, embora Caracas acredite que o verdadeiro objetivo de Washington seja forçar Maduro a deixar o cargo.
Rodriguez, uma figura-chave do governo de Nicolás Maduro, disse que se reuniu com as famílias dos mortos e que o parlamento venezuelano se reunirá na segunda-feira para “criar uma comissão especial para investigar os graves eventos que levaram ao assassinato de venezuelanos no Caribe”.
A investigação, disse ele, analisará relatos de que os militares dos EUA realizaram um ataque subsequente a um navio suspeito de tráfico de drogas que operava no Caribe em 2 de setembro, depois que um ataque inicial não matou todos a bordo.
Questionado por Stefano Pozzebon, da CNN, sobre quantos venezuelanos foram mortos nos ataques, Rodríguez não forneceu um número, dizendo apenas: “Amanhã começamos a investigação; assim que soubermos, compartilharemos essa informação”.
